domingo, 26 de junho de 2011

marcas!

Quero deixar marcas em você, marcas profundas, marcas eternas,
marcas das minhas unhas na tua pele, do meu sorriso nos teus olhos, do
meu cheiro em todas as tuas roupas, da minha voz nos teus ouvidos e o
meu gosto na tua boca, deixe-me marca-lo, para ser eterna, para ser
inesquecível.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Cansada de ser

Estava aqui pensando e concluí que eu cansei de ser cega... Não por não
poder ver o mundo, ou não exatamente não por existir preconceito, apesar
de isso me afetar um pouco nem por a sociedade antes de tudo enxergar
minha cegueira, e poucos são os que conseguem, em um primeiro encontro
me ver além da deficiência, eu apenas cansei disso, queria ser "normal"
por algum tempo queria poder andar sozinha, ir no cinema sem que o
segurança do shopping fosse meu acompanhante, queria poder andar nas
ruas, olhar vitrines e parar em uma barraquinha de pipocas sem que
ninguém me perguntasse se preciso de ajuda, queria apenas passar
despercebida, andar no meio de uma multidão sem que as pessoas, por
perceberem a aproximação de um cego desviassem suas atenções para mim,
queria fazer compras, andar pelo super mercado sem a ajuda de um
funcionário, queria apenas fazer coisas sozinha, queria sentir-me apenas
mais uma pessoa qualquer, sem chamar atenções, sem despertar olhares,
sem ser alvo de curiosidade, pena ou qualquer coisa,enfim, sem ser
notada.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

pequenas histórias, parte 5 de infinitas

Ela acordou com o sol batendo em seu rosto, estava deitada no tapete
da sala, e por um momento se questionou o que estava fazendo ali,
depois, as lembranças da noite passada vieram como tempestade forte, e
ela sentiu-se vazia e nojenta como sempre sentia-se no outro dia, as
lembranças eram punhaladas, que doíam, e dava nojo, muito nojo,
lembrou-se de sair de casa, usava um longo sobre tudo preto e saltos
enormes, por baixo do longo casaco, estava vestida apenas com a roupa
íntima preta. chegou no mesmo bar de sempre, era um bar caro e refinado,
como ela gostava, sentou-se em um canto, e bebericava sua bebida
enquanto a banda começava um Blues. viu quando ele adentrou o bar,
magro, alto, não bonito, apenas marcante, era assim que ela havia o
imaginado, desde quando o conheceu pela internet, ela o imaginava
exatamente assim, e por sorte não se enganou. ele caminhou até ela,
pegou-a pela mão e a conduziu para a pista de dança, assim, sem uma
palavra, seus corpos fundiam-se enquanto o Blues rolava, lábios colados,
corpos muito juntos, ficaram por muito tempo assim, ao som do Blues.
saíram do bar, foram para o carro dele, ela entrou, ele abriu seu longo
casaco, puxou a calcinha de lado, e ali, dentro do carro a possuiu,
ficaram na troca de prazer por bastante tempo, até sentirem-se
satisfeitos, esgotados, ela fechou o casaco, e antes de sair, ele
colocou quatro notas de reais entre os seios dela, e foi embora. ela
lembrava de ter tirado a pequena garrafa de conhaque que sempre tinha na
bolsa, bebeu de um gole, pediu um táxi, e agora acordou no chão da sala
do seu apartamento, sentia-se terrível, odiava-se por vender seu corpo
dessa maneira suja, e odiava-se mais ainda por sentir prazer com cada
novo " cliente" semanal, mas ela precisava do dinheiro, sempre
justificava-se dessa maneira, separou as notas, pegou o telefone, discou
o número da farmácia, e pediu como sempre sua caixa de lexotan.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Divagando part 2

Me perco na imensidão turva das minhas memórias, junto pedaços,
recolho restos, considero fatos, construo sonhos, esses ainda não
encontram-se na memória, mas sim no futuro que pretendo trilhar com mais
sabedoria, um futuro que anseio, que torço para que se inicie logo, para
que seja brilhante e feliz, ridículo é quem prega que não mudaria o
passado, eu mudaria sem pensar, agiria diferente se pudesse ver os
resultados, confiaria mais em mim se tivesse podido saber que eu iria
conseguir, choraria menos se eu tivesse podido concluir que as lágrimas
eram desnecessárias, sorriria mais se tivesse podido saber que quando
sorrio, eu me ilumino, e sonharia mais, porque vivo de sonhos, e cheio
de sonhos está o meu passado, presente e futuro.