quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os sonhos e o falso limite

Todos nós temos sonhos, alguns grandes, outros de menores proporções
e possivelmente "alcançáveis", mas tem gente que sonha grande, e que é
chamado de louco, maluco, doente ou coisas do tipo pela sociedade. Foi
assim comigo, foi assim com muitos colegas de deficiência por aí, e vai
continuar sendo assim, infelizmente, lembro de certa vez quando era
criança, que a escola levou os alunos em uma palestra com um advogado
político de outro estado, eu que a bastante tempo já participava dos
movimentos realizados pelos cegos de Cascavel, fui toda empolgada, ao
contrário das outras crianças que achavam palestras chatas, sem sentido.
A palestra ocorreu normalmente, claro que na minha tenra idade de 10/11
anos eu não entendi muita coisa, mas mesmo assim adorei estar ali,
adorei poder participar daquilo, adorei simplesmente poder estar ali,
fazendo parte. Quando o palestrante abriu para questionamentos, eu
levantei a mão na hora a professora pulou da cadeira e começou a me dar
bronca, queria me impedir de falar, o palestrante no entanto desceu até
a plenária e foi até onde eu estava, lembro que era um senhor bem alto,
e que teve que se abaixar para falar comigo, ele perguntou o que eu
queria falar, e eu com medo da professora brigar comigo me recusei a
abrir a boca, ele insistiu um pouco, e eu disse que quando fosse grande
queria ser uma política ou advogada igual a ele, ele sorriu, alguns
deram boas risadas, e a professora me arrastou dali me levando para o
ônibus. Nunca entendi o motivo de ela ficar tão irritada, mas levei uma
bela bronca e tive que ouvir dela e da coordenadora que até para sonhar
tem um limite.
Eu sou rebelde e nunca limitei meus sonhos, sonho grande, enorme,
gigante, e para talvez realizar esse sonho em particular eu terei que
fazer um caminho mais longo do que eu poderia fazer se continuasse aqui
em Canoas e entrasse no curso de Ciências Políticas da Ulbra, mas por
não ter me adaptado aqui em Canoas e achar que Cascavel é o melhor para
mim no momento, meu caminho vai ser mais longo, mas eu espero daqui a
alguns anos chegar lá onde eu quero, e vou adorar poder ver essa
professora novamente, e contar para ela que para sonhar não existe
limites.

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