quinta-feira, 28 de abril de 2011

Hoje eu queria

Eu queria, andar com você, de mãos dadas, passear pela rua, ver
vitrines, rir das pessoas, atravessar correndo, entrar em um café legal,
sentar em um canto, pedir um capuccino e um bolo de limão, te ouvir
falar, contar, rir, falar besteiras sem sentido, e tomar o café, com meu
passa tempo preferido, você.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A noite que é minha

Cai a noite em mim, meu pensamento se fecha qual janela ao cair da
noite, e a escuridão me abraça forte, e tudo se faz escuro é noite
serrada, escura e negra em mim, não tem lua, não tem estrelas, não tem
brilho, é só a noite, escura, negra, sombria, sufocante seus braços me
seguram determinados, e eu não reajo, apenas me entrego, passiva,
confortada.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Saudade infinita

O que mais dói é te ver e não te ter, é querer te sentir e não
conseguir, é a saudade do teu abraço, que me confortava, que me
protegia, que me acalmava, e que agora dói, dói toda vez que tento te
abraçar, é a falta do teu toque tão suave, que me embalava, e agora me
corta, corta e sangra, e dói, é a falta da ansia de te esperar chegar,
de ouvir teus passos e a chave girando, que agora foi transformada em
dor, em vazio, em nada, é a falta de te sentir só meu, unicamente meu,
em pensamentos, ações e todo o resto, e saber que nunca o foi dói, é a
falta de me sentir amada, querida, desejada, não decepcionada, enganada,
inútil, é a falta de tudo isso o que mais machuca, e a certeza de que
nunca mais será assim outra vez.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu e a dor

Estou aprendendo a conviver com a dor, ela que é tão intensa, tão
forte, tão insistente, de vez enquando quase esqueço dela, sorrio, volto
ao meu antigo normal, a não ser por uma pequena ponta que insiste em me
ferir de leve, lembrando que ela vai sempre estar aqui, comigo, em
outros momentos me entrego para ela, deixo seus braços gélidos me
abraçarem forte, me envolver e me transportar para o seu mundo frio e
sombrio, e aí choro, grito, extravaso ao máximo, e ela me fere, me rasga
e me sangra, impiedosa, voraz, cruel, terrível, tento me desvencilhar
dela, tento correr, mas suas garras são longas e conseguem sempre me
encontrar, sempre me ferir e lembrar que desde então, a dor e eu fazemos
parte uma da outra, iremos viver sempre juntas, eu fugindo, ela me
rasgando, nós lutando uma contra a outra, e normalmente, a vencedora é
ela, não eu.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Decepcionada

Estou decepcionada, realmente, muito decepcionada, sempre entendi o
amor, seja ele de qualquer forma como uma troca mutua de respeito, de
dedicação e consideração entre as partes envolvidas, e quando não é isso
o que recebemos, acabamos decepcionados, frustrados, humilhados e
tristes, e aí não adianta pedir desculpas, não adianta chorar e
implorar, posso até perdoar, creio que farei isso, pode ser hoje, pode
ser o mês que vem, mas vai acontecer, cedo ou tarde, e aí vamos fingir
muito bem, vai ficar tudo bem e nossas vidas irá voltar ao curso normal
das coisas, mas no fundo vai existir sempre a mágoa, a raiva e a
frustração, porque um dia você me decepcionou.

domingo, 3 de abril de 2011

Pequenas histórias, parte 4 de infinitas

Embrulhado nos cobertores, pacificamente ele dorme, e ela o observa,
é tão belo como outro para ela nunca o será, é tão puro e suave,
dormindo como um bebê. ela toca sua pele, tão quente e delicada, e ele
se move no sono, e ela rapidamente afasta a mão. ela o contempla calada,
só deixando o amor inunda-la. toca um caracol do seu cabelo, tão macio e
bonito, e sente vontade de beija-lo, toca seu rosto suavemente, sente os
contornos suaves da face como fez na primeira vez, e aí, sente-se plena.
lembra de toda a vontade que sentia de estar com ele, de todo o amor que
já sentia por ele, mesmo antes de se conhecerem pessoalmente, lembra do
primeiro encontro, da emoção indescritível, e da saudade louca que ele
deixou depois, lembra de todas as dificuldades que enfrentaram para
ficarem juntos, de todas as mudanças drásticas em sua vida, e dos
momentos incríveis que vive no presente, e não se arrepende de nada. sem
conter-se mais, ela o abraça delicadamente, cuidando para não o acordar,
e suavemente o beija no rosto, antes de virar-se e dormir também.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tango

Era uma cena perfeita, no centro do palco, um lindo casal, ela, tão
linda e pura no sensual vestido azul, seu corpo esguio, pele alva e
longos cabelos negros, caindo em uma perfeita cascata de caracóis, ele,
tão belo e alto, o terno de corte perfeito e tecido negro, contrastava
com o vestido azul dela.
No canto do palco, um outro casal, praticamente escondidos pela
penumbra, percebia-se apenas o enorme piano, no qual a mulher achava-se
sentada, e ao seu lado, alguém escondido pela obscuridade segurava um
acordeon. o piano tocava com suavidade, o som ampliando-se aos poucos, o
casal aproximava-se lentamente, o piano dava embalo ao tango, e o casal
começava a dançar, a música crescia, o piano suave e intenso, o acordeon
marcando o ritmo perfeito, o casal em total sincronia. os corpos do
casal misturavam-se, azul com preto, preto com azul, as formas esguias
da mulher fundindo-se com a beleza do homem, toda a sensualidade da
dança, o total contraste dos instrumentos, o casal bailando com
perfeição, os cabelos dela voando delicadamente, a luz fraca que
iluminava o centro do palco, tudo era lindo, tudo era mágico. a música
diminuía lentamente, e com ela o ritmo do casal, o piano suavemente
parou de tocar, o acordeon logo depois, o casal beijou-se
apaixonadamente, e as cortinas do teatro lentamente foram se fechando...