segunda-feira, 28 de março de 2011

Pequenas histórias, parte 2 de infinitas

Naquele dia ele chegou tarde, tão tarde como não chegava a muito
tempo, era uma pessoa influenciável, e fora esse maldito defeito que o
fizera beber alem da conta, sempre havia um ótimo amigo para encher sua
taça de vinho, sempre tem um amigo para convidar para uma doze de
conhaque. entrou em casa, acendeu as luzes, cambaleou até a sala, e lá
parou e fixou o enorme quadro com olhar apaixonado. seu coração sempre
se apertava ao olhar para aquela imagem, a mulher tão bem desenhada, de
pele alva e longos cabelos dourados, emoldurados por um rosto delicado,
olhos azuis e lábios rosados, usava um lindo vestido branco, que
contrastava perfeitamente com o corpo de curvas femininas e sensuais, e
ele pensava: " ah, se pudesses deixar esse quadro e dançar comigo!" e
como em um sonho, viu a mulher abandonar a moldura dourada da parede e
aproximar-se dele com andar lento e provocante, uma doce melodia surgiu
no ar, e ele e a linda mulher rodopiaram em perfeita sincronia pela
vasta sala, ele sentia o cheiro suave dela, o corpo moldado no dele, o
toque suave do vestido, e seu coração transbordava de amor, um amor tão
grande e profundo, que o obrigava a aperta-la com força no seu próprio
corpo. a música findou derrepente , ela enlaçou o pescoço dele, e
audaciosamente lhe ofereceu os lábios rosados, e então ele acordou,
estava no chão da sala, completamente vestido, e concluiu que pegara no
sono antes de rumar para o quarto. e a mulher do quadro continuava lá,
tão perfeita e bela como ele havia sonhado, mas continuou parada,
fixando o nada, envolvida pela moldura dourada do quadro na parede.

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