quinta-feira, 2 de junho de 2011

pequenas histórias, parte 5 de infinitas

Ela acordou com o sol batendo em seu rosto, estava deitada no tapete
da sala, e por um momento se questionou o que estava fazendo ali,
depois, as lembranças da noite passada vieram como tempestade forte, e
ela sentiu-se vazia e nojenta como sempre sentia-se no outro dia, as
lembranças eram punhaladas, que doíam, e dava nojo, muito nojo,
lembrou-se de sair de casa, usava um longo sobre tudo preto e saltos
enormes, por baixo do longo casaco, estava vestida apenas com a roupa
íntima preta. chegou no mesmo bar de sempre, era um bar caro e refinado,
como ela gostava, sentou-se em um canto, e bebericava sua bebida
enquanto a banda começava um Blues. viu quando ele adentrou o bar,
magro, alto, não bonito, apenas marcante, era assim que ela havia o
imaginado, desde quando o conheceu pela internet, ela o imaginava
exatamente assim, e por sorte não se enganou. ele caminhou até ela,
pegou-a pela mão e a conduziu para a pista de dança, assim, sem uma
palavra, seus corpos fundiam-se enquanto o Blues rolava, lábios colados,
corpos muito juntos, ficaram por muito tempo assim, ao som do Blues.
saíram do bar, foram para o carro dele, ela entrou, ele abriu seu longo
casaco, puxou a calcinha de lado, e ali, dentro do carro a possuiu,
ficaram na troca de prazer por bastante tempo, até sentirem-se
satisfeitos, esgotados, ela fechou o casaco, e antes de sair, ele
colocou quatro notas de reais entre os seios dela, e foi embora. ela
lembrava de ter tirado a pequena garrafa de conhaque que sempre tinha na
bolsa, bebeu de um gole, pediu um táxi, e agora acordou no chão da sala
do seu apartamento, sentia-se terrível, odiava-se por vender seu corpo
dessa maneira suja, e odiava-se mais ainda por sentir prazer com cada
novo " cliente" semanal, mas ela precisava do dinheiro, sempre
justificava-se dessa maneira, separou as notas, pegou o telefone, discou
o número da farmácia, e pediu como sempre sua caixa de lexotan.

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